sábado, 7 de novembro de 2009

Noite Deus me livre!


Novamente em directo do areal da Torreira, palco de estranhos fenómenos que têm perturbado a tranquila vida rotineira dos seus habitantes, visto que desde há alguns tempos, têm sido avistadas sinistras criaturas que se julga terem proveniência extra-terrestre, e que só um distinto cidadão e habitante as consegue vêr: o Sr. R. Zurk

Esta noite, o nosso priveligiado observador saíu de casa para o seu costumeiro passeio nocturno, equipado apenas com uns chinelos feitos de rabo de cavalo coxo, mas tecnologicamente avançados; tinham adaptados uma torradeira eléctrica, amarrada a uma varinha mágica, que por sua vez estava ligada a um motor de rega; o combustível usado neste motor de tirar água era uma mistura secreta, mas que graças aos nossos agentes inflitrados conseguimos saber um pouco mais: disseram-nos eles que viram o Sr. R. Zurk a misturar num tuperware branco a seguinte mistura: 14 rãs desossadas (das verdinhas), uma bexiga de porco, um pouco de gordura de urso do deserto do saara, 4 kilos de cimento cola, e 3 dentes de alho... para engrossar a mistura usou um bocado de banha de jacaré dos Açores, e meio quilo de alheira de mirandela, com sabor a baunilha.. esperava-se que esta mistura secreta desse à invenção adaptada, uma energia de propulsão incrível para retirar o Sr. R. Zurk do temido areal em caso de emergência.

Ao aproximar-se do 2º. paredão, o local mais perigoso, e palco de quase todos os acontecimentos horripilantes, o nosso intrépido passeante depara com um cenário no minímo curioso: viu a cerca de 500 metros uma manada de vacas a jogar à Sueca.. o engraçado da coisa e preocupante, é que enquanto jogavam estavam a ouvir anedotas contadas por um estafeta da Telepizza que tinha ido entregar uma pizza de canela com marmelada a um casal de mulas do equador que estavam a passar férias na reserva natural das dunas de S. Jacinto; tinham aproveitado a boleia de 3 patos bravos que vinham de marrocos, e que as trouxeram até Vilar de Perdizes; depois o padre Fontes deu-lhes uma sandes de urticária com malagueta de Lourosa, e eles com o "calor" que tão inusitada merenda lhes deu, só pararam aqui no areal da torreira, depois é claro, de terem esgotado as reservas de água dos vários poços que encontraram de lá até aqui, pois a sede era muita.

Depois, como se não bastasse tão inusitado avistamento, olhou para as dunas e viu no meio da plantação de figos secos um orangotango amarelo a dançar "merengue"...

R. Zurk não esperou para vêr mais nada: assustado com a possibilidade de estas visões serem extraterrestres disfarçados, liga a varinha mágica que iria por sua vez activar a torradeira elétrica... esta ao aquecer com a mistura secreta, desencadearia uma reacção em cadeia cujo calor levitaria dali para fora o nosso audaz passeante... infelizmente, a mistura secreta não originou a tão desejada reacção, pelos vistos teria sido a alheira de mirandela com sabor a baunilha que impediu a reacção quimica, o que originou que R. Zurk usasse um último recurso escondido nas meias: 2 secadores de cabelo industriais, que trabalhavam a energia lunar; ele liga os respectivos, e ei-lo a voar a grande velocidade dali para fora...

Mais uma vez, e devido à falta de experiência no uso destes meios de fuga, R. Zurk viu-se num repente a sobrevoar por cima do bairro dos pescadores da localidade; infelizmente ao desviar-se duma persiana mal fechada, um dos secadores "sugou" pêlos dum gato que ia a passar, e por consequinte originou uma falta de propulsão, que o fez desiquilibrar-se e cair desamparado por uma chaminé do dito bairro...
Ao cair, atravessou uma corda que tinha roupa a secar, o que originou que ele aparecesse enfiado numa meia vermelha...


A chaminé logo por azar dava para um quarto de criança que o confundiu com o pai natal, e que desatou a berrar quando percebeu que ele não tinha prenda alguma; entretanto, com tamanho alarido surge o pai, que ao vêr tão inusitada personagem, e julgando tratar-se dum robalo que lhe tinha fugido das redes de pesca, desata a picá-lo com uma fisga, o que levou R. Zurk a sair pelo mesmo sitio por onde tinha entrado: a chaminé!

Como um azar nunca vem só, ao sair pelo buraco apertado da chaminé, a meia vermelha desengatou-se e ele ficou todo preto de fuligem; quando finalmente saiu para fora , tinha o líder dos gatos vadios do bairro à sua espera, que pensando tratar-se duma fêmea preta que lhe andava a fugir, desata atrás dele pelos telhados circundantes.. R. zurk só teve tempo de descer do telhado, rebolar-se na areia duma obra que estavam a construir, e assim ficou disfarçado qual solha no fundo da ria, até o perigo passar..

Enfim, há dias mesmo para esquecer...


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